A criança e a Matemática
Atualizado: 16 de mar. de 2021
Imersa num contexto convidativo a refletir e a fazer Matemática, intuitivamente, toda criança tem dentro de si um MATEMÁTICO!

Desde muito cedo, antes mesmo de ingressar na escola, a criança tem contato com conhecimentos matemáticos e constrói hipóteses sobre eles.
Por meio de um olhar investigativo, curioso sobre as situações cotidianas, os pequenos ao seu modo, se arriscam a recitar sequências numéricas, contar, ler e escrever números, operar, medir, comparar, ordenar, classificar, identificar formas geométricas e etc.
As situações sociais de uso da Matemática permitem à criança a reflexão sobre conhecimentos numéricos, geométricos, estatísticos, probabilísticos, métricos e algébricos.
Assim, diferentemente da perspectiva tradicional em que a criança é considerada como uma "página em branco" a ser preenchida com os conhecimentos transmitidos pelo professor, a criança se mostra como um sujeito racional, curioso, investigativo e capaz de projetar conjecturas pertinentes sobre a Matemática.
As crianças, por exemplo, ampliam o seu repertório numérico a partir do contato com números familiares e frequentes em seu cotidiano.
Qual a diferença entre números familiares e frequentes?
Os números familiares são significativos às crianças, como: número que representa a idade, telefone, calçado, roupas e data de aniversário.
Já os números frequentes, como o nome já diz, são aqueles que aparecem com frequência na rotina infantil, por exemplo: os números do calendário, dos canais de televisão, da residência e etc.
Os números frequentes são encontrados em diversos portadores numéricos, como: impressos (livros, jornais e panfletos), eletrônicos (celulares, televisão, computadores e calculadoras), métricos (relógios, trenas, fitas métricas, calendários) e monetários (cédulas, moedas, cartões e cheques) .
As crianças também dão início ao ato de medir vivenciando situações em que necessitam comparar qualidades de pessoas ou objetos que estão ao seu redor. É por meio dessas atividades cotidianas que passam a perceber e solidificar as relações entre grande e pequeno, alto e baixo, grosso e fino, largo e estreito, leve e pesado, quente e frio, dia e noite, cheio e vazio e etc.

Ao explorar objetos de seu interesse, como os brinquedos que fazem parte do contexto infantil, os pequenos também passam a identificar algumas figuras geométricas. Curiosamente exploram e percebem algumas características das figuras geométricas espaciais (blocos retangulares, cubos, esferas, cones e cilindros) nomeando-as a sua maneira. Nesse contexto, por exemplo, afirmam que o chapéu de aniversário tem uma "pontinha" e uma "bola" que o faz ficar em pé ou que a lata de refrigerante "rola pelo chão" quando empurrada.
Além de todos esses conhecimentos, o pensamento estatístico também se inicia muito cedo.
As crianças convivem com diferentes fontes de informações - jornais, revistas, páginas da internet - que publicam gráficos e tabelas. Por isso, mesmo na Educação Infantil, as crianças desenvolvem, mesmo que de maneira rudimentar, algumas noções sobre a Estatística (SOUZA, 2008).
Todas essas relações matemáticas revelam que a Matemática cotidiana não é aprendida de maneira fragmentada pela criança. Muito pelo contrário, se dá a partir de uma aprendizagem em rede que interliga inúmeras situações e conhecimentos.
Nesse sentido, o ensino "homeopático" da Matemática, aquele ensinado aos poucos, paulatinamente, por etapas, condiz com as habilidades e predisposição desses PEQUENOS MATEMÁTICOS?
Será? Creio que há muito a discutir, a avançar...
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Abraços virtuais,
Janaina Vece.
EDUMAPED.
REFERÊNCIAS:
CURI, E. Matemática para crianças pequenas. Coleção Como eu ensino. 1ª Edição, Editora Melhoramentos. São Paulo, 2017.
SOUZA, A. C. A Educação Estatística na Infância. EBRAPEM. UNESP, Rio Claro, 2008. Disponível em: < http://www2.rc.unesp.br/eventos/matematica/ebrapem2008/upload/114-1-A-Microsoft%20Word%20-%20gt9_souza_tc.pdf> Acesso em 06 out. 2020.